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depois, já estava pronta para voltar à batalha. Tinha de fazer jus ao fato de estar ao lado de uma guerreira, que também me ensinou a beber água aos poucos, às vezes só mesmo molhar a boca. Como o calor do mormaço foi ficando cada vez mais forte, Fernanda enchia meu boné de gelo e colocava na minha cabeça. Era refrescante à beça.
“Grandeza chama grandeza”, era o que diziam os cartazes com
o slogan da Nike ao longo do trajeto. Mais motivador impossível,
sobretudo no meu caso. Bastava lê-los e pensar no privilégio que era estar realizando uma prova tão bacana sob o comando de Fernanda Keller – a mais perfeita tradução dessa “força interior” –, para que minha energia se renovasse a cada novo quilômetro. Me lembro de Fernanda repetindo algumas vezes: “Olha onde você está; pensa de onde você veio”. Esse mantra de fato acelerava meus passos. Uma lição que aprendi naquela manhã é que com foco, coragem, fé e determinação nada é impossível. Quando faltavam menos de 500 metros, ouvi outro incentivo “você já chegou”. Palavras mágicas que me proporcionaram um gás inesquecível ali na reta final. E ela brincava: “Se prepara para sair bonita na foto da chegada”.
Superfeminina, Fernanda estava charmosíssima com top e shorts-
-saia da linha fitness que leva seu nome, desenvolvida em parceria com a CCM (vende on-line pelo www.fernandakeller.com.br). É ela
mesma quem desenha. Na realidade, já fazia suas próprias roupas
para competir desde que começou a carreira, três décadas atrás. Às vésperas de completar 50 anos, ela é a triatleta mais constante no Ironman do Havaí, a prova mais famosa do mundo (o próximo está agendado para 12 de outubro). Trocando em miúdos, isso quer dizer que ela é o ser humano que mais vezes completou a prova que inclui 3.800 m de natação no mar, 180 km de bicicleta e 42 km de corrida, essa última a distância oficial de uma maratona. São quase dez horas para chegar ao fim. Ela ganhou seis vezes a medalha de bronze e é recordista mundial, tendo ficado 14 vezes entre os top 10.!Do Ironman Brasil já foi campeã cinco vezes. E seis vezes do Troféu Brasil de Triathlon.
“O que mais me emociona hoje é poder gerar uma inspiração
positiva nas pessoas. Também consigo me inspirar com a vitória dos outros, tanto que cheguei junto com você”, ouvi de Fernanda no fim dos 10 km. Deu para entender o tamanho da minha sorte? !!

Madruguei às 6h naquele domingo, que para minha sorte e dos mais de 5.000 inscritos na prova amanheceu nublado, com temperatura amena. Parecia até que o calorzão típico do verão Rio 40° tinha dado uma trégua especialmente para que aquela multidão pudesse correr – e se divertir – com mais conforto. Tomei um café caprichado em carboidratos e proteínas, conforme havia sido orientada, fiz o alongamento e lá fui eu, devidamente uniformizada com o meu número
colado no peito, rumo à largada, marcada para as 8h. O clima de excitação era palpável – estava empolgada também, claro, mas, confesso, um tanto perdida. Afinal, era minha estreia numa prova de rua – e logo com 10 km. Tudo era novidade para mim.

Foi aí que dei de cara com a triatleta Fernanda Keller, a quem havia sido apresentada recentemente por uma amiga em comum. Cumprimentamo-nos e me lembro de ter comentado algo mais ou menos assim: “Ah, ok, se eu não aguentar, pego um táxi no meio do caminho e apareço lá na chegada para a festinha”. Ao ouvir isso, ela virou-se para mim e disse que estava ali para correr com Luciano Huck, de quem é treinadora. Mas, como ele havia desistido de participar, vejam a minha sorte, ela iria correr comigo. Dito e feito, Fernanda não me deixou sozinha um minuto sequer. E só tive a experiência deliciosa de completar os 10k graças a ela. Não foi moleza, mas foi bom – muito bom.
Logo na concentração para a largada, onde fica todo mundo espremido esperando o sinal verde, ouvi a primeira orientação: para me posicionar rapidamente no canto da direita, porque assim não corria o risco de ser atropelada (é gente demais, empolgação demais). O bônus era a vista daquele lado da pista, o penhasco da Niemeyer. Corremos os primeiros 3 km. Na boa. Só que, quando começamos a descida para
o Leblon, senti uma dor danada no estômago e no baço. Segundo o diagnóstico de Fernanda, a adrenalina somada ao fato de que eu não havia feito o intervalo de duas horas entre o café da manhã e o início da corrida eram os responsáveis pela dor.

Se estivesse sozinha, teria parado ali mesmo, mas Fernanda, com a maior tranquilidade, me pediu para respirar contraindo o abdome e soltando bem o ar (o truque é que essa expiração forçada elimina as toxinas e oxigena o organismo ao mesmo tempo). O mal-estar foi passando aos poucos e, alguns minutos

Gosto de correr. Até acho que levo jeito para a coisa, mas não sou nenhuma maratonista – 7 km para mim já está ótimo. E, na maioria das vezes, acabo alternando corrida e caminhada, seja na esteira, seja ao ar livre. Três meses atrás, entretanto, recebi o convite da Nike para correr a prova de rua de 10 km no Rio. Topei. Gosto de desafios, e o percurso era tentador: um bom
pedaço da orla carioca, com vista para a paisagem que mais me inspira a praticar esportes. A largada era em São Conrado, em frente ao Gávea Golf, com direito à subida pela Avenida Niemeyer, seguindo pelo Leblon, Ipanema, Arpoador até a chegada na altura da Rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana. Era muito chão. E também a chance de curtir a minha cidade (tão maravilhosa) de uma maneira nunca antes imaginada.

Em sua primeira prova de rua, Juliana Pinheiro Mota encarou
logo 10 km de percurso, distância que nunca havia corrido.
Aqui ela conta como conseguiu cruzar a linha de chegada com
a ajuda providencial da triatleta Fernanda Keller

INSPIRAÇÃO

POSITIVA

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© 2014 Fernanda Keller

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